À conversa com Hugo Costa

Entrevistamos o Hugo Costa, um dos designers participantes na última edição do Portugal Fashion.

 

Qual o balanço que faz do Portugal Fashion deste ano?

Apesar das limitações fruto dos tempos que vivemos, foi uma edição positiva, muito bem organizada e que se adaptou muito bem a esta nossa nova realidade (que todos esperamos, temporária). Tivemos um feedback bastante positivo da coleção.

 

Qual foi a grande inspiração para esta coleção?

A inspiração base desta coleção foi um senhor chamado Desmond Doss. O primeiro objetor de consciência da história, que negou o uso de armas mas não deixou de ir para a guerra, Salvando centenas de vidas. Uma mensagem de esperança em tempos adversos.

 

Qual o motivo da escolha dos tecidos usados?

Os tecidos que escolhemos, exigiam-se leves, ligeiros mas também precisávamos de alguns materiais mais estruturados. A composição exigia-se também natural, porque a principal inspiração era o fardamento militar que por base também tem o Algodão. 

 

Considera que foram três dias de Portugal Fashion muito diferentes dos anos anteriores? Sentiram-se, efetivamente, os efeitos da pandemia?

Foram diferentes dos anteriores, mas foram extremamente bem organizados e muito dinâmicos. Claro que sentimos. Sentimos a falta do público. trabalhamos porque gostamos mas para o nosso público. E ele não estava lá. 

 

Sentiu, de algum modo, que esta fase pela qual atravessamos afetou a concretização desta sua coleção? Que impacto teve a pandemia no seu trabalho e dinâmica  criativa?

No nosso caso, conseguimos realizar esta coleção com alguma normalidade. claro que toda a dinâmica do estúdio teve que reajustar. Não podemos estar tão próximos uns dos outros.

 

Quais as perspectivas para o futuro?

Não fazemos grandes planos. Todos os que tínhamos sofreram alterações com esta nova realidade. Vamo-nos focar no mercado digital e adaptarmo-nos a esta nova realidade. penso que passa por aí o futuro das marcas de autor.

 

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O Hugo Costa é um dos criadores consagrados que utiliza os tecidos Troficolor nas suas coleções.

 

BIO

Hugo Costa concluiu, em 2008, o Curso de Design de Moda e Têxtil na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Em 2009, foi um dos finalistas do Concurso Acrobatic, competição onde arrecadou o prémio de Melhor Coordenado Masculino em 2009 e 2010, sendo que nesse último ano foi também seu o título de "Melhor Coleção”.

 

Desde de 2007, tem vindo a desenvolver coleções de vestuário calçado, acessórios e ilustração de estamparia para diversas empresas nacionais em regime de freelancer.

 

Desde setembro de 2012 tornou-se formador, trabalhando com a Escola de Moda do Porto, Modatex e Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado.

 

Desde outubro de 2010, Hugo Costa apresenta as suas coleções no espaço Bloom, plataforma do Portugal Fashion dedicada aos jovens designers. Em março de 2014 deu o salto para a passerelle principal onde, até outubro de 2015, dividiu os desfiles com outros criadores. Na 38ª edição do Portugal Fashion, em março de 2016, um novo marco a assinalar na carreira do jovem designer: o primeiro desfile individual no line-up da iniciativa.

 

Hoje, a sua marca homónima destaca-se como uma das mais promissoras de moda para Homem. Na realidade, o ano de 2016 ficou marcado pela afirmação de Hugo Costa no panorama nacional e internacional do setor. Pode mesmo afirmar-se que o expoente máximo dessa visibilidade aconteceu em junho de 2016, quando o criador faz a sua estreia na Semana de Moda Masculina de Paris, com o apoio do Portugal Fashion.